segunda-feira, 23 de julho de 2012


Sou péssima em títulos e conclusões para textos. Tanto que estava desde o começo do ano montando o blog, com vários textos escritos, mas sem o bendito nome, o título. Ainda tenho uma folha com inúmeros exemplos de conclusões, recebida ainda enquanto cursava o ensino médio, ano passado. Decorei-a, mas ainda sim se torna difícil concluir algo.
Nunca escrevi prevendo o assunto, muito menos pesquisando sobre. Talvez erro meu. Mas tudo que pretendo publicar neste blog será por que em algum momento a lâmpada da imaginação acendeu e deu luz a amontoados de idéias e bobagens.
“Coisas que caem do céu, sem mais nem porquê”
Principalmente na escola, sempre criava resposta mirabolantes nas provas de história e fazia boas redações. Já em cálculos, apenas me perguntem até a tabuada do 5. Mas em ortografia não me passa nada.
As palavras sempre me foram mais simples no papel do que ao serem pronunciadas. Em explicações, conversas com desconhecidos e apresentações sou péssima, talvez pelo nervosismo ou timidez. Também pelo fato de quando estou muito nervosa e ansiosa minha voz treme e começo a gaguejar (herança de família). Por isso as palavras escritas são meu alicerce.
Voltando ao assunto título e conclusões, o que me fez escolher o nome BOAS NOVAS, não é apenas pela música do Cazuza, mesmo tendo haver muito comigo, é além da letra. O dia-a-dia,  as idéias que vêem a cabeça dentro no ônibus, antes de dormir, trabalhando, vindo pra casa escutando música, e como agora na fila do banco. Sou a senha 103.
O texto anterior que foi publicado no jornal e o primeiro postado no blog fez surgir vários comentários, de amigos, familiares e de algumas pessoas no supermercado. Mas sinceramente não levo em consideração os comentários positivos, acho sempre que esta ruim, que preciso ler mais para escrever melhor e que só querem me agradar. Este texto mesmo só tem idiotices. Por isso coloquei no facebook quando divulguei a nova postagem. SE TIVER TEMPO E PACIÊNCIA...


Sou amadora ainda, mas cheias de idéias para mudar o mundo! :)


quarta-feira, 18 de julho de 2012


Segunda-feira. Duas horas da tarde. O ar-condicionado do ônibus incomodava tanto quanto o estômago que já previa a breve viagem de duas horas e meia de estrada. Enquanto digeria os comprimidos para evitar as dores e enjôos, avistei uma cena que viria ficar no meu pensamento por toda a viagem.Já deveria fazer 10 minutos que os passageiros olhavam em direção e comentavam sobre o acontecido. Eu na volta dos comprimidos depois de um tempo fui perceber.
Havia uma menina dentro do ônibus ao lado. A emoção que transparecia dela estava adentrando a todos os nossos corações, sem ela ao menos suspeitar que estivesse sendo vista.
Com a cabeça apoiada ao vidro, às mãos no cabelo e as lágrimas que caiam do rosto, ela dava adeus ao namorado.
Ele debaixo da janela, no lado de fora,  tentava acalmar-la. Mandando beijos, desejos de uma boa viagem e por vezes as mesmas mãos que limpavam as lágrimas, faziam sinais para que ela o ligasse na sua tão dolorosa e triste chegada a cidade natal.O ônibus estava ao lado, a uns 5 metros de distancia. Mas a emoção que todos ali sentiam, pareciam estarem em seus lugares.
Talvez os passageiros que ali avistavam, já tivessem vivido uma situação parecida. 
Tanto no papel da menina que deixava o seu amor por questões de trabalho ou estudo. Ou dele que via a mulher de sua vida ir para longe. Poderiam também estar emocionados aqueles que não viveram esta situação, mas que conseguiram captar o espírito que os envolvia de amor.
Quando finalmente o meu ônibus partiu, o dela estava na estrada  por alguns minutos. Mas o menino ainda estava ali, perdido, recompondo-se, estufava o peito como sinal de coragem, e garra. Aos poucos ia caindo em si e adentrava ao táxi.
A reflexão que se ouvia dos demais passageiros era:
- São novos, logo isso passa. Terão muito que sofrer e chorar nesta vida.
Minha única reflexão diante o acontecido e os comentários, não era por imaturidade.
Poderiam ser novos. Poderia ser a primeira despedida, ou estarem acostumados a saudade.
Mas penso, por que de tudo isso?
Lembrei de um trecho da música pais e filhos que diz:
 “É preciso amar, as pessoas como se não houvesse amanhã”
Eles poderiam sim ter o amanhã, mas seria o mais feliz?
Nenhum SMS, webcam, declarações por email, nem ligações por celular preenche o vazio de não poder passear de mãos dadas, dos abraços e carinhos.
A saudade naquele momento ia corrompê-los, ia deixar-los sem dormir a noite, muitas lágrimas iriam cair e apenas eles, só eles saberiam do que estavam sentindo.
 
Gostaria que os passageiros que estavam no meu ônibus fossem casais.
Não simplesmente casais. Mas aqueles que principalmente tivessem filhos.
Também os casais que brigam pelas contas a pagar, pelo trabalho que possuem e por aquelas brigas bobas, de ciúmes e “birras“. 
Ou pela falta de respeito. Até os divorciados que apenas encontram-se para falar das finanças ou do filho.
Tantas pessoas querendo estarem próximas, felizes e
 não podem tanto por compromissos ou por proibições.
Os sentimentos de alegria e sofrimento estão dentro de nós, por tanto somente nós podemos mudar. Talvez o nobre casal de adolescentes não tenha forças para isso. Ou por estarem presos a uma faculdade ou por negação dos pais.
Mas gostaria que os pais, eles e todos aqueles que presenciaram o episódio reflitam mais sobre a vida, do que estamos fazendo com ela e com as pessoas que estão ao nosso redor.